Desde
sempre a deficiência existe e está presente em todos os lugares, trazendo assim
os questionamentos: onde estavam essas pessoas? Por que se ouvia falar tão
pouco? Onde estão esses registros? São muitos as perguntas que intrigam quando
se é parado para analisar. Essas pessoas desde então eram rejeitadas e,
contudo, rejeitadas a ponto de não serem expostas a sociedades, por serem
vistas como aberrações, criaturas sagradas e até mesmo como fardo para aqueles
de convívio familiar. Desde os primórdios até as etapas de evolução do Homem
existem registros dessas pessoas, nas pinturas rupestres (onde desenhos apresentavam
faltas de algum membro do corpo).
Trazendo
a deficiência para a teoria social e levando em consideração os estigmas, foi
então que o conceito de deficiência foi redefinido para modelos particulares de
opressão como mulheres ou negros que até o século atual, lutam por direitos e a
conquista desse espaço e autonomia, não sendo diferente da pessoa com
deficiência. Os corpos que eram marcados por sinais ou lesões, passando a deficiência
a ser entendida depois de algum tempo, por modelos biomédicos, como qualquer
diversidade física. O fato é: essas pessoas que possuem essa falta visível em
seu corpo estão presentes no mundo; o que devemos levar em conta é que essas
pessoas apenas possuem formas diferentes de existir, e a sociedade acaba por
não entender isso, fazendo-se deficiente – a sociedade - nessa questão, pois as
pessoas existem, o que falta é que todos saibam percebe-las e lidar com elas
levando em conta cada especificidade, conseguindo enxergar a pessoa que está
além da deficiência.
Segundo
DINIZ (2007), as instituições eram vistas como uma forma de retirar essas
pessoas do convívio familiar e depois “normaliza-las” e devolve-las para a
família ou sociedade. Partindo do pressuposto de que todos temos direitos, a
proposta da inclusão escolar é romper com essa discriminação e exclusão da
pessoa com deficiência, e integrar no contexto escolar onde possam expandir
suas capacidades de aprendizagem e de desenvolvimento desses indivíduos. Na
última década, considera-se deficiência “... toda perca ou anormalidade de uma
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade
para o desempenho de atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser
humano” (BRASIL, 2004). O trabalho com as pessoas deficientes, requer um quebrar
de barreiras diante dos desafios, já que o profissional tem que mudar sua
concepção em trabalhar com elas dentro de suas especificidades, dando a esse
indivíduo a construção de sua identidade, autonomia, o saber se comunicar
devidamente e se relacionar.
A
dificuldade de aprendizagem nesse aspecto sensorial pode comprometer, as
informações que recebemos através dos sentidos, indica quantas coisas não
valorizamos ou tomamos como corretas quando não são comprometidos. O sentido do
tato mesmo, informa sobre a solidez, forma, peso ou maciez. O olfato informa se
o objeto tem cheiro ruim ou doce. Já o paladar diz sobre a acidez, doce,
salgado e amargo. O sentido de distância é considerado como: a visão e audição;
a pessoa que utiliza da visão trabalha cores, distância e percepção. Já a
audição exercita o ouvir do timbre, volume e tom.
Com
a prática e podendo visitar uma instituição, nos deparamos com a proposta do
livro sensorial. O livro sensorial funciona como estimulador, esse tipo de
livro trabalha com a verbalidade dando a autonomia recriando a narrativa do
sujeito e sensorial trabalhando com diversos materiais que auxiliam dando novos
sentidos e permitem o desenvolvimento de habilidade psicomotoras. Para sua
confecção é indicado que se trabalhe com materiais em alto relevo, que
desenvolva noções da realidade do indivíduo tais como: direção, tamanho,
preenchimento e texturas.
As
vantagens e a finalidade de trabalhar com o livro é que estimula a criatividade,
aquisição de conceitos e a coordenação motora da criança. Simula atividades do
dia-a-dia, como amarrar os tênis, fazer o laço, assim como também as outras
atividades como: o contar, movimento de pinça, aprender o horário, saber
diferenciar as formas geométricas, ligar os pontos a partir das cores, tudo
isso de forma lúdica e divertida.
A
contribuição da produção desse livro, foi fundamental pois não tínhamos
informações, nem conhecimento a respeito dele, e também a possibilidade de
fazer um trabalho manual para poder contribuir para o desenvolvimento de
algumas crianças que vão utilizar, foi uma expansão acerca das diversas formas
que podemos encontrar para lidar com as especificidades de cada um e que não
trabalha somente um sentido em especifico, mas dependendo da produção possibilita
que se trabalhe com todos eles. Acrescentamos em muito, vivendo e
experienciando as coisas que só nossa vivencia pode explicar, olhando o outro
colocando em prática o pouco da nossa aprendizagem dentro da imensidão de coisas
que a Psicologia ainda pode nos proporcionar, sabendo distanciar nossos
preconceitos, aprendendo também a desconstruí-los, suspender nossos valores e
atitudes e poder voltar nossa atenção e concentração para o fenômeno a nossa
frente.
Docente:
Karla Daniele Maciel Luz
Discentes e postagem por:
Ravena Araújo e Yasmin Karla
Referências
BRASIL. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
Regulamenta as Leis n. 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de
atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade
das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 3 dez. 2004
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm. Acessado em 15/06/2015 as: 11:19.
DINIZ, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense,
2007.
Disponível em: http://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_70_.pdf. Acessado em 15/06/2014 as: 12:13
ANEXO
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