quinta-feira, 18 de junho de 2015

A deficiência e o livro sensorial

Desde sempre a deficiência existe e está presente em todos os lugares, trazendo assim os questionamentos: onde estavam essas pessoas? Por que se ouvia falar tão pouco? Onde estão esses registros? São muitos as perguntas que intrigam quando se é parado para analisar. Essas pessoas desde então eram rejeitadas e, contudo, rejeitadas a ponto de não serem expostas a sociedades, por serem vistas como aberrações, criaturas sagradas e até mesmo como fardo para aqueles de convívio familiar. Desde os primórdios até as etapas de evolução do Homem existem registros dessas pessoas, nas pinturas rupestres (onde desenhos apresentavam faltas de algum membro do corpo).
Trazendo a deficiência para a teoria social e levando em consideração os estigmas, foi então que o conceito de deficiência foi redefinido para modelos particulares de opressão como mulheres ou negros que até o século atual, lutam por direitos e a conquista desse espaço e autonomia, não sendo diferente da pessoa com deficiência. Os corpos que eram marcados por sinais ou lesões, passando a deficiência a ser entendida depois de algum tempo, por modelos biomédicos, como qualquer diversidade física. O fato é: essas pessoas que possuem essa falta visível em seu corpo estão presentes no mundo; o que devemos levar em conta é que essas pessoas apenas possuem formas diferentes de existir, e a sociedade acaba por não entender isso, fazendo-se deficiente – a sociedade - nessa questão, pois as pessoas existem, o que falta é que todos saibam percebe-las e lidar com elas levando em conta cada especificidade, conseguindo enxergar a pessoa que está além da deficiência.
Segundo DINIZ (2007), as instituições eram vistas como uma forma de retirar essas pessoas do convívio familiar e depois “normaliza-las” e devolve-las para a família ou sociedade. Partindo do pressuposto de que todos temos direitos, a proposta da inclusão escolar é romper com essa discriminação e exclusão da pessoa com deficiência, e integrar no contexto escolar onde possam expandir suas capacidades de aprendizagem e de desenvolvimento desses indivíduos. Na última década, considera-se deficiência “... toda perca ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano” (BRASIL, 2004). O trabalho com as pessoas deficientes, requer um quebrar de barreiras diante dos desafios, já que o profissional tem que mudar sua concepção em trabalhar com elas dentro de suas especificidades, dando a esse indivíduo a construção de sua identidade, autonomia, o saber se comunicar devidamente e se relacionar.
A dificuldade de aprendizagem nesse aspecto sensorial pode comprometer, as informações que recebemos através dos sentidos, indica quantas coisas não valorizamos ou tomamos como corretas quando não são comprometidos. O sentido do tato mesmo, informa sobre a solidez, forma, peso ou maciez. O olfato informa se o objeto tem cheiro ruim ou doce. Já o paladar diz sobre a acidez, doce, salgado e amargo. O sentido de distância é considerado como: a visão e audição; a pessoa que utiliza da visão trabalha cores, distância e percepção. Já a audição exercita o ouvir do timbre, volume e tom.
Com a prática e podendo visitar uma instituição, nos deparamos com a proposta do livro sensorial. O livro sensorial funciona como estimulador, esse tipo de livro trabalha com a verbalidade dando a autonomia recriando a narrativa do sujeito e sensorial trabalhando com diversos materiais que auxiliam dando novos sentidos e permitem o desenvolvimento de habilidade psicomotoras. Para sua confecção é indicado que se trabalhe com materiais em alto relevo, que desenvolva noções da realidade do indivíduo tais como: direção, tamanho, preenchimento e texturas.
            As vantagens e a finalidade de trabalhar com o livro é que estimula a criatividade, aquisição de conceitos e a coordenação motora da criança. Simula atividades do dia-a-dia, como amarrar os tênis, fazer o laço, assim como também as outras atividades como: o contar, movimento de pinça, aprender o horário, saber diferenciar as formas geométricas, ligar os pontos a partir das cores, tudo isso de forma lúdica e divertida.
            A contribuição da produção desse livro, foi fundamental pois não tínhamos informações, nem conhecimento a respeito dele, e também a possibilidade de fazer um trabalho manual para poder contribuir para o desenvolvimento de algumas crianças que vão utilizar, foi uma expansão acerca das diversas formas que podemos encontrar para lidar com as especificidades de cada um e que não trabalha somente um sentido em especifico, mas dependendo da produção possibilita que se trabalhe com todos eles. Acrescentamos em muito, vivendo e experienciando as coisas que só nossa vivencia pode explicar, olhando o outro colocando em prática o pouco da nossa aprendizagem dentro da imensidão de coisas que a Psicologia ainda pode nos proporcionar, sabendo distanciar nossos preconceitos, aprendendo também a desconstruí-los, suspender nossos valores e atitudes e poder voltar nossa atenção e concentração para o fenômeno a nossa frente.
Docente: Karla Daniele Maciel Luz
Discentes e postagem por: Ravena Araújo e Yasmin Karla
Referências
BRASIL. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n. 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 3 dez. 2004
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm. Acessado em 15/06/2015 as: 11:19.

DINIZ, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2007.

Disponível em: http://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_70_.pdf. Acessado em 15/06/2014 as: 12:13

ANEXO

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